domingo, 6 de setembro de 2009

Um País para Inteligentes (Parte III)

600 foi o número de seleccionados que preencheram um enorme pavilhão em Liverpool para ouvir o derradeiro discurso de admissão ao País.

Foi montado um grande palco, como de um concerto se tratasse, para todos ouvirem e conseguirem ver o representante que tinha a cargo estas "boas-vindas".

Todos sentados no chão ouviram os passos atrás do palco que o sistema de som conseguiu captar, todos se sentiram em alerta e quando viram o representante surgir, todos se levantaram para o ver.

"Está aqui muita gente... Não esperava ver tanta alma junta para fazer um país"

Pensando ser algum tipo de elogio todos gritaram hurra! e mandaram assobios fazendo daquele momento uma festa.

"Vejo que estão contentes por irem para este País. Mas não estarão tão contentes quanto eu! Já perceberam que têm na mão, não a possibilidade de dar um pequeno empurrão para salvar o Mundo, mas terão sem dúvida o Mundo na mão e só terão de o ajudar! Evoluir! Façam o que quiserem para passarmos por cima do final do Mundo! Façam o possível para a nossa raça não ser destruída! Façam tudo! Pela humanidade! Usem as vossas belas mentes e daqui uns tempos eu virei aqui gritar: «VIVA O PAÍS DOS INTELIGENTES»"

Mais hurras se ouviram por aquele pavilhão, olhares brilhantes de pessoas que sempre quiseram ajudar a sua espécie, olhares de desprezo aos outros de pessoas que só querem ser melhores que os outros e o olhar do nº1 japonês que se divertia a tentar entender os outros olhares.

"600 são vocês e teremos de vos dividir. Agora vêm aí as regras do País:
1ª regra - Nenhum de vocês poderá nunca abandonar o País, o País será grande e em toda a volta terá um muro, para que os terroristas não tenham ideias de vos parar o trabalho.

2ª regra - serão divididos em 12 grupos, cada um de 50 pessoas para preencherem cada cidade. O método de selecção dos grupos será o seguinte:
O melhor dos melhores no teste que fizeram irá ser líder da Cidade1, o segundo melhor será o líder da Cidade2 e assim por diante até à Cidade12, depois o décimo terceiro com melhores resultados será o sub-líder da Cidade1 e o décimo quarto será sub-líder da Cidade2 assim por diante até formarem os 12 grupos. Visto que estou entre Inteligentes todos me devem ter percebido.

3ª regra - cada cidade trabalha para si, mas semanalmente todos os líderes ou sub-líderes se reunirão para trocar informações que achem interessantes.

4ª regra - não conseguirão contactar as vossas famílias nem quem quer que seja que estiver fora do país, pois não podemos permitir fugas de informação, se querem falar com pessoas terão 49 na vossa cidade com quem falar.

5ª regra - ninguém é obrigado a ir para o País mas aceitando... não podem voltar atrás, e só o poderão abandonar quando conseguirem travar todos estes males da Humanidade.

6ª regra - existirá perto da Cidade13 uma prisão para quem faça coisas que não sejam aceites pelos líderes. Antes de alguém para ali ir, os 12 líderes terão de ter concordado com a ida. Caso existam grandes confusões para prender alguém tudo será comunicado à G20 e nós escolheremos se é preso ou não.

7ª e última regra - nesta cidade ninguém têm nomes, todos criarão um nickname e só serão chamados por esse nickname, não queremos confusões de identidades.

Bem... as regras parecem chatas, mas quando vocês começarem a fazer as vossas descobertas vão sentir-se úteis a todo a Humanidade.

Amanhã todos os que quiseres irão para o País, despeçam-se das vossas famílias e digam que vão salvar o Mundo!"

Mais hurras dominaram aquele pavilhão o País já estava prestes a ter os habitantes e o represente americano por detrás do palco já chorava de alegria.

[Na Parte IV - não percam a entrada desta gente no país! E a desistência de alguns talvez]

sábado, 5 de setembro de 2009

Um País para Inteligentes (Parte II)

7 semanas e meia passaram desde a reunião e já tudo estava em ordem.

Ficou definido que o País iriam ser feito com 12 cidades, tendo uma décima terceira que servirá somente para os «donos» de cada cidade se encontrarem.

Cada cidade era para ter o nome de cada um dos discípulos de Jesus, mas como iriam naquele país coexistir culturas muito diferentes essa ideia não foi para a frente.

O teste foi feito em todo o Mundo e os seleccionados aos poucos e poucos começaram a ser contactados pelas entidades superiores do seu país.

Coube ao representante Japonês fazer o discurso ao grupo de pessoas que irão chegar a este país. Terem dado este discurso a tal representante não foi mais que uma forma de o irritar ainda mais, visto que foi dos que menos gostou desta ideia.

Sentado na sua sala cheia de jarros de porcelana e belos quadros retratando algumas façanhas nipónicas. Este representante, obrigado a fazer o que a maioria lhe exigia, ia pensando no seu discurso.

"Americanos, americanos, americanos... já não lhes chega o mundo que dominam com as hipocrisias que metem na TV ainda querem criar mais um país... e todos acham que é a coisa mais bela... Criar um país para pessoas mais dotadas... Onde já se viu tal parvoíce?"

Preso nos seus pensamentos, não ouviu a porta que foi aberta repentinamente.

"Desculpe. Mas tinha batido o senhor não ouviu."

"Não faz mal. Diga, diga."

"Chegou o nº1 japonês, aquele que teve o melhor resultado do país."

"Ah sim, mande entrar"

Desviando-se, este assessor deixou passar o rapaz que estava por trás dele.

"Faça o favor de se sentar."

"Obrigado.."

"Bem, já lhe foi explicado tudo aquilo sobre o maldito teste e sobre o País para Inteligentes. E eu acho importante que saiba uma coisa."

"Diga."

"Sou absolutamente contra essa Hipocrisia! Fazer um País para mentes brilhantes! Acho no mínimo absurdo!"

"Se o Sr. acha que não mereço ir, com muito gosto eu declinarei a proposta."

"Não. Estamos aqui mesmo... porque eu quero que você aceite. E também que seja o melhor lá dentro."

"Não compreendo... Então... Mas quer que faça alguma coisa lá dentro?"

"Existem algumas coisas que eu quero que faça."

Uma conversa estranha, a mostrar ideias estranhas por trás dos olhos daquele representante no mínimo estranho.

Terminaram a sua conversa e uma vénia serviu de despedida à longa conversa que todos aqueles jarros presenciaram.

Faltam 5 dias para o discurso a todos os seleccionados e agora já um sorriso brilha entre os lábios deste Homem. Que será que ele planeou?

[Leiam as próximas partes]

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Um País para Inteligentes (Parte I)

Ano 2012 - para alguns o último ano, para os outros mais um ano, para estes O derradeiro ano.
Como é habitual, com o Mundo a tornar-se cada vez um local mais primitivo, com todas as pessoas a perceberem que o Fim está para breve, mais uma reunião entre os países mais ricos do Mundo se convoca.

Reuniram-se os 20 países mais ricos, num chamado G20, e a discussão começou:

-Tem a palavra o representante dos EUA-
"Bem... não sei bem como começar... todos sabemos que vivemos em tempos difíceis, a Ciência muito avançou nestes últimos anos! Mas é do conhecimento dos aqui presentes que não está a conseguir contrabalançar este Fim do Mundo que se aproxima a uma maior velocidade...

-Tem a palavra o representante da Coreia do Sul-
"Se não fosse a merda que vocês - EUA - fizeram nestes últimos anos, se calhar não estávamos assim!"
Alemanha:
"Calma! Não estamos aqui para discutir por discutir, precisamos de soluções não dos seus comentários estapafúrdios!!"

-EUA-
"Obrigado... Bem, eu tenho uma ideia que talvez nos ajude. É bastante simples até, sei que muitos não irão gostar, afirmando provavelmente ser muito à direita. Mas aqui vai: Eu, como representante duma das maiores potenciais mundiais, proponho criar algo a que irei chamar País para Inteligentes..."

Ao ouvir tais palavras, o representante do Japão não se conseguiu conter:
"Como é possível?! Quer separar as mentes brilhantes dos que supostamente considera normais? Como irão os «normais» melhorar as suas capacidades se não tiverem inteligentes por perto? Vamos criar duas sociedades? Você está doido?"

"Agradecia que se contenha, e oiça! É verdade que tencionaria separar os mais dotados dos menos dotados, mas não faço isto como discriminação. Simplesmente precisamos dum grupo de escolhidos de vários países que se unam para fazer a ciência avançar ao máximo e conseguirmos adiar o final da civilização moderna!"

"Que acto mais Nazi..."

"Isto não é Nazismo! Dê-me então outra ideia!"

"Eu não sei que ideia dar, mas não concordo com tal forma de pensar! Vamos arranjar um país para meia dúzia de cromos que vão estudar muito salvar o planeta e depois? Que irão eles fazer? E se não salvarem o planeta? Que iremos nós fazer? E como iremos seleccionar os ditos «inteligentes»?"

"Muito gosta você de fazer perguntas, mas já tinha pensado nelas e aqui vão as respostas:
Iremos criar um teste, um simples teste de escolha múltipla, 5 opções para cada pergunta, cada pergunta com um grau de dificuldade superior. Tentaremos que todo o mundo o faça do mais velho ao mais novo, conforme a idade faremos uma fórmula que nos diga os potenciais de cada mente, aí quando tivermos os nomes das pessoas iremos contacta-las e pedir-lhes para se juntar a este projecto."

-Tem a palavra o representante da Arábia Saudita-
"Obrigado por me ceder a palavra, visto que sou o único homem com paciência aqui no meio... gostava era de saber uma coisa, onde tencionam fazer este «país»?"

"No deserto do Sahara."

"Cabrões dos Americanos odeiam os outros países, mas com tanto espaço escolhem sempre um fora do país deles como se mandassem em tudo e todos!"

"Qual é o problema de nos cederem um bocado dum deserto? Será numa parte pertencente ao Egipto, já falei com eles e não há problema algum. Quanto às perguntas do representante do Japão, sobre o que farão eles ou não farão, eu não posso prever obviamente, mas se eles salvarem o Mundo espero que você tenha umas palavras de agradecimento ao meu belo país"

Num leve murmúrio alguém dentro daquela sala disse: "Preferia beijar bosta de vaca"

"Então vamos proceder a uma votação: quem é a favor?"

17/20 - 3 países não aceitaram esta ideia mas poucos foram para a poderem parar, contentes ou tristes o dito país tinham de ajudar a preparar.